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 Luanda – O potencial florestal do país, estimado em 70 milhões de hectares de superfície, permite produzir, anualmente, cerca de 600 mil metros cúbicos de madeira em toro, caso se explore os recursos florestais disponíveis de forma racional e sustentável.


Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, a exploração racional da capacidade florestal de Angola (70 milhões de hectares), permite, igualmente, o país ter uma reserva de madeira comercial de cerca de 606 milhões de metros cúbicos.

Ao intervir na abertura do Fórum Nacional das Florestas, que decorre de 29 a 30 deste mês, em Luanda, o governante considerou o potencial da flora e fauna angolana como um importante activo que pode contribuir, significativamente, no aumento e diversificação da produção nacional e das exportações.

Na última campanha florestal, o sector previa produzir 500 mil metros cúbicos de madeira, através da floresta nativa, mas "não conseguiu explorar pelo menos a metade desta quantidade, por várias razões", nem "exportar 80% da madeira produzida, por não possuir uma industrialização afinada".

Conforme os dados de 2020, pelo menos 128 empresas tencionavam fazer a exploração de madeira em todo o país, mas apenas 116 concretizaram o desejo, contra 300 empresas da campanha florestal do período homólogo.

Além da potencialidade das florestas nacionais, o governante destacou também a disponibilidade de vastas extensões de terras “não apropriadas para a produção alimentar”, mas aptas para o plantio e desenvolvimento de plantações florestais, industriais, comerciais e energéticas.


Diante dessa capacidade florestal disponível no país, Manuel Nunes Júnior apela os agentes económicos a tirarem o máximo rendimento das imensas riquezas naturais de Angola.

“Temos de encarar a gestão dos recursos florestais como uma abordagem holística assente em fortes conceitos de sustentabilidade, de modo a criar as bases e premissas fundamentais para a industrialização e modernização equilibrados deste sector”, sublinhou.

Avançou ainda que a exploração sustentável dos recursos disponíveis aumenta a competitividade no sector e torna-se mais atraente aos investidores nacionais e estrangeiros, aumentando os níveis de empregabilidade no país.

A concretização desses desafios, segundo o ministro de Estado, passa, essencialmente, pela introdução gradual do regime de exploração dos recursos florestais sob contrato de concessão, em substituição do actual regime baseado em licenças anuais de exploração.

Entre várias acções que devem ser desenvolvidas, para se alcançar a produção florestal desejada, Manuel Nunes Júnior apontou também a criação de condições para a provação da proposta da carreira técnica e profissional específica, para o pessoal da fiscalização, e o respectivo estatuto remuneratório.

Sob lema “O papel das florestas no desenvolvimento sustentável do país”, o Fórum Nacional das Florestas visa reflectir profundamente sobre a situação actual do sector, promover o debate e procurar soluções para os diversos problemas ligados ao uso e gestão sustentável dos recursos florestais.

Paralelamente ao Fórum, está patente uma feira de produtos florestais e seus derivados, bem como uma pequena amostra de equipamentos utilizados na referida actividade, uma acção do Ministério da Agricultura e Pescas (MINAGRIP), em parceria com a Associação Angolana dos Industriais e Madeireiros de Angola (ANIMA).

Durante dois dias, os participantes, provenientes de várias províncias do país, estão a reflectir em torno de temas como “Análise da situação florestal em Angola no período 2010 – 2020. Perspectivas”, “Política e legislação florestal”, “Papel das políticas no desenvolvimento do sector florestal”, “Gestão sustentável das florestas”, entre outros.


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