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O antigo vice-presidente da FPF reconhece que Portugal é um "conjunto de vedetas e há que pô-las a trabalhar em prol do colectivo".


A  Seleção Portuguesa empatou, 2-2, neste sábado, em Belgrado, diante da Sérvia, no segundo duelo de qualificação rumo ao Mundial de 2022, no Catar. 


Um encontro que mereceu duras críticas do antigo vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Em declarações, António Boronha começou por falar em duas partes distintas: “A primeira parte foi uma realidade e a segunda foi uma completamente diferente”.

Um jogo que ficou invariavelmente marcado pelo golo anulado a Cristiano Ronaldo no último lance da partida, quando a bola transpôs na totalidade a linha de golo, mas o árbitro não validou o lance.

“Em matéria de facto, não há argumentos. Portugal marcou três golos e apenas foram validados dois. Desse prisma, Portugal foi prejudicado pela arbitragem. Mas preocupa-me mais os erros próprios do que os erros de arbitragem, até porque estes são pontuais e os nossos já se começam a repetir. A equipa esteve mal e Fernando Santos tem responsabilidade nisso”, acrescentou o antigo dirigente, deixando alguns exemplos.

“Na primeira parte, o Cancelo safou-se bem, porque não foi pressionado, e na segunda foi o que se viu. Fernando Santos substitui-o pelo Nuno Mendes e o miúdo provou que tem estaleca para voos mais altos. E, depois, há outras coisas que já custam a digerir, como por exemplo o egocentrismo do Ronaldo e a sua perseguição pelos recordes. O Ronaldo esteve mal e temos de aceitar que ele está num mau período. Quer na Juventus, quer na Seleção, Ronaldo não tem estado nada bem", asseverou António Boronha, deixando inclusive um conselho a Fernando Santos.

“Ronaldo é um ganhador, tenta bater todos os recordes possíveis e imaginários, e isso condiciona-o na contribuição coletiva para a equipa. Mas o problema não é do Ronaldo, mas de quem tem de ter a coragem de o substituir. Ele também tem de ser substituído e dar lugar a outro. Portugal está muito dependente do avançado da Juventus. Se calhar, valia a pena Ronaldo começar um jogo no banco e entrar no decorrer da partida, como uma ‘arma secreta’", complementou.

O antigo 'vice' da FPF reconhece que o selecionador "mexeu tarde, mexeu mal e mexeu pouco" e que "Palhinha devia ter entrado mais cedo". António Boronha fala, ainda, de um "conjunto de vedetas que necessitam de trabalhar em prol do colectivo".

“Portugal foi campeão europeu por não ter tido qualquer tipo de sobranceria, vencendo jogos difíceis, e tendo um enorme respeito pelo adversário. A nossa seleção é um conjunto de vedetas e há que pô-las a trabalhar em prol do colectivo, mas não é fácil. É preciso ‘temperar’ o vedetismo", acrescentou.

Sobre o gesto de Ronaldo em atirar a braçadeira ao relvado, após a decisão do golo não validado no último minuto, António Boronha asseverou: "Tenho a alma dividida em relação a isso. Não gostei, mas também não achei nada de especial. Atirar a braçadeira para o chão vale o que vale, e para mim é um 'fait divers'. Ele explicou o gesto após o encontro. No meu tempo, eu seria bastante intransigente com esse comportamento, até porque falamos da imagem de um país. Repito, não gostei, mas aceito o gesto. Também acredito que não fez mossa nem ao relvado, nem à braçadeira".

“A UEFA tem os olhos bem abertos relativamente a esta situação [os lances polémicos de arbitragem]. O VAR é uma tecnologia mais complexa. Agora, para mim, é inaceitável, neste tipo de jogos, não haver a tecnologia da linha de golo. Agora, ou o VAR existe em todas as competições ou não existe em nenhuma, agora um meio-termo é que não”, finalizou.


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