Natural de Zanzibar assume a Presidência após a morte do Presidente John Magufuli |
" Quando o cargo de Presidente ficar vago por causa de morte, o Vice-Presidente fará o juramento e se tornará o Presidente pelo período não expirado do mandato de cinco anos”, segundo a Reuters.
Numa cerimónia simples e ainda marcada pela morte de John Magufuli, Samia Sukuhu tomou posse como Presidente da Tanzânia. Depois de consultar o seu partido político, no poder, Chama Cha Mapinduzi, Suluhu deverá propor o seu possível sucessor como Vice-Presidente, com a nomeação oficial a ser confirmada pela Assembleia Nacional por votos de não menos que cinquenta por cento de todos os membros do Parlamento.
Nascida em 1960 no sultanato de Zanzibar, Suluhu possui formação internacional e pós-graduação em Economia, entre outras qualificações. Iniciou a carreira profissional no Governo de Zanzibar, onde trabalhou entre 1977 e 1987, desempenhando funções administrativas e, mais tarde, como responsável pelo desenvolvimento. Ainda no arquipélago semi-autónomo, juntou-se ao Programa Alimentar Mundial e, mais tarde, dirigiu a associação de Organizações Não-Governamentais (ONG) locais durante dois anos.
A sua carreira política teve início em 2000, com a nomeação para deputada no Parlamento de Zanzibar pelo partido Chama Cha Mapinduzi (CCM). Por este partido viria a ser eleita para a Assembleia Nacional tanzaniana.
Ao longo da carreira política, Suluhu Hassan desempenhou por várias vezes o cargo de ministra. Primeiro em Zanzibar, entre 2000 e 2010, como ministra das Mulheres e Juventude, depois do Turismo e Comércio, e, a nível nacional, foi ministra dos Assuntos Sindicais no Governo do Presidente Jakaya Kikwete.
Suluhu foi membro do Parlamento pelo círculo eleitoral de Makunduchi, de 2010 a 2015 e é ministra de Estado no gabinete do Vice-Presidente para Assuntos Sindicais desde 2010.
Em 2014, serviu como vice-presidente da Assembleia Constitucional, que foi encarregada de redigir a nova Constituição da Tanzânia.
Suluhu é casada com Hafidh Ameir, um quadro da Agricultura aposentado, e juntos têm três filhos e uma filha. A filha, Mwanu Hafidh Ameir, é membro da Câmara dos Representantes de Zanzibar.
Filipe Nyusi lembra John Magufuli como pan-africanista
O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, endereçou, ontem, condolências ao povo tanzaniano pela morte do Presidente John Magufuli, lembrando um líder defensor do pan-africanismo e comprometido com a transparência.
"O Presidente Magufuli foi um verdadeiro filho da Tanzânia e de África. Serviu de forma comprometida e com elevado espírito patriótico o seu país e o seu povo. Defensor de valores do pan-africanismo, contribuiu para a integração regional e continental”, afirmou Filipe Nyusi, numa mensagem de condolências.
O Presidente da República da Tanzânia, John Magufuli, morreu na quarta-feira aos 61 anos devido à doença cardíaca, segundo informação avançada pela Vice-Presidente do país, Samia Suluhu, depois de semanas de especulação sobre o seu estado de saúde.
Na mensagem, Filipe Nyusi lembra "importantes entendimentos” que alcançou com John Magufuli no domínio da segurança para a região fronteiriça entre Moçambique e a Tanzânia, uma área que tem sido palco de ataques armados protagonizados por grupos classificados como terroristas.
Cabo Delgado, uma das duas províncias moçambicanas que fazem fronteira com a Tanzânia, está sob ataque desde Outubro de 2017 e a violência está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 670 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos.
Em Novembro, Moçambique e Tanzânia assinaram um acordo para troca de informações sobre as incursões de grupos armados naquela região.
"Nós, em Moçambique, sentimos a dor dos nossos irmãos tanzanianos, com os quais choramos preces e pensamentos pela perda irreparável do nosso irmão”, frisou o Chefe de Estado moçambicano, acrescentando que espera que, na liderança da Vice-Presidente da Tanzânia, os dois países continuem a cooperar.
Magufuli, que não aparecia em público desde 27 de Fevereiro dando azo a vários rumores sobre a sua saúde, morreu em Dar es Salam, capital económica da Tanzânia.
Reeleito em Outubro, Magufuli, apelidado de "bulldozer”, chegou ao poder em 2015, com promessas de combater a corrupção.
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